Carta de indignação de um aeroportuário enviada à presidente Dilma Rousseff


Carta de um aeroportuário às vésperas de greve no dia 31/07/2013 (quarta-feira) enviada à presidenta Dilma Rousseff, indignado pela atual situação pelo qual passa o país e juntamente a sua categoria.


Leiam na íntegra tal satisfação e entendam melhor:

 

Montes Claros, 29 de julho de 2013.

 

 

À

Excelentíssima Senhora Dilma Roussef – Presidenta da República Federativa do Brasil.

 

            Meu nome é Luís Pereira dos Santos Rocha, sou casado, pai de um filho, Operador de Estação de Telecomunicações Aeronáuticas, na Empresa Brasileira de Infra Estrutura Aeroportuário. O motivo desta correspondência à excelentíssima Senhora é externar minha indignação quanto a postura dos gestores da Empresa Estatal a qual sirvo.

 

            Em primeiro lugar fazem exatos 14 (catorze) anos e 4 (quatro) meses que trabalho para a INFRAERO, no setor de navegação aérea e ao longo destes anos, ou melhor desde 1998 quanto fiz estágio, vários diretores geriram a INFRAERO sempre com a promessa de implementação de um Plano de Carreira de Cargos e Salários para os empregados de Navegação Aérea mas nunca nada fizeram.

 

            Na realidade quem ingressa para os quadros da INFRAERO logo percebe que o maior "indicativo de competência" é a subserviência, prática da qual nunca me utilizei por vê-la como um desvio de caráter. Não é difícil apontar inúmeras políticas administrativas e operacionais adotadas por nossos dirigentes que degringolaram em catástrofe. Mesmo a INFRAERO sendo um monopólio natural "nossos gestores" não por má vontade, mas por deficiência de competência e algumas vezes até inaptidão técnica e intelectual nunca conseguiram otimizar o potencial econômico desta empresa.

 

            O quadro funcional da INFRAERO beira o "surrealismo" atividades essenciais trabalham com quadro enxutos e próximo ao colapso, enquanto em setores que nem mesmo deveriam ser competência de um administrador de Aeroportos figuram inúmeros empregados.

 

            Seguindo adiante, a Direção Executiva da empresa divulgou informe mostrando o quanto ganhamos nos últimos anos, pensam que somos todos alienados, já que dentro da classe econômica que estamos inseridos, a Classe C – composta por famílias que têm uma renda mensal domiciliar total (somando todas as fontes) entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00. Bem diferente dos R$ 30.000,00.

 

Nós empregados da INFRAERO, diante deste quadro de fortalecimento e crescimento da Classe C ficamos estaguinados já que últimos sete anos, essa camada da população teve um aumento superior a 40% em sua renda familiar segundo a FGV. Esse aumento já injetou na economia mais R$ 100 bilhões desde 2002.

 

Nossos benefícios como citado pela direção executiva como quase exclusividade e grande diferencial no mercado de trabalho atendem somente ao mesmo que proporcionam empresas de porte médio. Para citar nosso Programa de Alimentação receberam reajustes ao longo dos últimos anos atrelados ao IPCA enquanto o índice geral de inflação aponta uma aumento dos alimentos de 34% (Trinta e Quatro Por Cento) somente nos últimos 12 meses.

 

Por último, me espantou que os Senhores Diretores da INFRAERO que pregam a austeridade em prol da recuperação da empresa permitiram-se de forma imoral o aumento muito acima da inflação de seus salários, receberam participação nos lucros 60 vezes maior que dos demais empregados e contam com benefícios que beiram o "mimo". Como exigir austeridade se não a praticar.

 

Assim mesmo com todos os riscos que corro – perseguições, injúrias e até mesmo a demissão injustificada – lhe envio esta carta Excelentíssima Presidenta e dou conhecimento desta a todos os meus colegas – que em sua maioria compartilham com a minha visão – afirmando que aos empregados da INFRAERO somente resta atender a convocação de nosso Sindicato à greve.

 

Como cidadão, agradeço desde já as conquistas alcançadas nos Governos dos últimos anos e espero sua pontual intervenção no sentido de proteção ao trabalho e seus verdadeiros executores os trabalhadores.

 

 

Obrigado.

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