Uma em cada oito pessoas no mundo passa fome, diz ONU

9/10/2012 9:33, Por Redação, com Reuters - de Roma


Uma em cada oito pessoas no mundo está cronicamente desnutrida,
disseram as agências alimentares da ONU
Uma em cada oito pessoas no mundo está cronicamente desnutrida,
disseram as agências alimentares da ONU nesta terça-feira, alertando
que o progresso na redução da fome desacelerou desde 2007/08, quando
uma alta nos preços gerou protestos em vários países pobres.

Em seu novo relatório sobre segurança alimentar, as agências da ONU
estimaram que 868 milhões de pessoas passaram fome entre 2010 e 2012,
ou cerca de 12,5 % da população. Isso é bem menos do que a estimativa
anterior, de 1 bilhão de pessoas (18,6 %) no período 1990-92.

- Essa é uma notícia melhor do que tivemos no passado, mas ainda
significa que uma pessoa a cada oito passa fome. Isso é inaceitável,
especialmente quando vivemos em um mundo de abundância disse o
brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização de
Alimentação e Agricultura da ONU (FAO).

- A maior parte do progresso na redução da fome foi feita até 2006, já
que os preços alimentícios continuavam caindo. Com a alta nos preços
alimentícios e a crise econômica que se seguiu, houve muito menos
avanços – alertou.

Os preços dos alimentos têm tido alta nos últimos meses, em
consequência da seca nos EUA, Rússia e outros grandes exportadores. A
FAO prevê que os preços permaneçam próximos do que foi registrado
durante a crise de 2008.

Mas Graziano disse que o mundo ainda pode alcançar a Meta de
Desenvolvimento do Milênio, estabelecida em 2000, que prevê reduzir à
metade a desnutrição nos países em desenvolvimento até 2015. Para
isso, no entanto, serão necessários esforços para reverter a
desaceleração no progresso.

Uma ampla recuperação econômica, especialmente no setor agrícola, será
crucial para uma continuada redução da fome, segundo o relatório da
FAO, do Programa Mundial de Alimentos e do Fundo Internacional para o
Desenvolvimento Agrícola.

- O crescimento agrícola envolvendo pequenos proprietários rurais,
especialmente mulheres, será mais eficaz na redução da pobreza extrema
e da fome quando gerar emprego para os pobres – disseram as
organizações.

O relatório criticou o aumento da demanda por biocombustíveis (que
tomam espaço de cultivos alimentícios), a especulação financeira nos
mercados de alimentos e os gargalos na oferta e distribuição de
alimentos, levando ao desperdício de quase um terço da produção.

Nas últimas duas décadas, a fome caiu quase 30 % Ásia e no Pacífico,
graças a avanços sócio-econômicos. A África foi a única região onde o
número de famintos cresceu no período, de 175 milhões em 1990-92 para
239 milhões em 2010-12.

Analistas da FAO e do Programa Mundial de Alimentos disseram que as
novas cifras refletem ajuste no tamanho da população e na altura média
das pessoas, além de levarem em conta uma avaliação mais detalhada da
disponibilidade alimentar e dos desperdícios na cadeia de
distribuição.

Fonte: http://correiodobrasil.com.br/uma-em-cada-oito-pessoas-no-mundo-passa-fome-diz-onu/527053/

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