INE: Desemprego atinge 15%, recessão agrava-se ainda mais

14/8/2012 9:00, Por Esquerda.net

Os números do INE relativos ao segundo trimestre do ano confirmam o
desastre da política económica do governo da troika: o desemprego
atinge o máximo histórico, a contração económica é a maior desde 2009
e o único país europeu com pior desempenho é a Grécia.Artigo |14
Agosto, 2012 – 12:44 Foto millo alpha/Flickr

Os dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados esta
terça-feira revelam a maior queda do Produto Interno Bruto português
desde o segundo trimestre de 2009. Entre abril e junho deste ano, a
economia recuou 3,3%, aumentando em 1,2% a queda registada no
trimestre anterior, comparada com igual período do ano passado.

No que respeita ao desemprego, e apesar de se tratar do trimestre que
beneficia do efeito sazonal por via das contratações para o período de
verão, o agravamento atingiu novos máximos históricos. A taxa de 15%
agora registada equivale a 827 mil trabalhadores desempregados, mais
152 mil que no segundo trimestre do ano passado.

O valor mais alto do desemprego em Portugal situa-se na região de
Lisboa, onde a taxa já atinge os 17,6%. Acima da média estão ainda o
Algarve (17,4%), a Região Autónoma da Madeira (16,8%), a Região
Autónoma dos Açores (15,6%) e o Norte (15,2%). Os valores mais baixos
foram observados no Centro (11,2%) e no Alentejo (15,0%). No que
respeita à estatística da população empregada em todo o país,
comparando o número de trabalhadores empregados no primeiro trimestre
deste ano com o mesmo período do ano passado, verifica-se uma
diminuição de 205 mil postos de trabalho.

No que respeita ao desempenho da economia, o INE afirma que "a redução
mais acentuada do PIB foi determinada pelo comportamento da procura
interna que registou um contributo mais negativo que o verificado no
primeiro trimestre de 2012, com particular destaque para o
investimento". O Instituto confirma o agravamento da recessão em que o
país foi mergulhado desde o primeiro trimestre de 2011, com o PIB a
não parar de cair desde então, somando já seis trimestres
consecutivos.

Este agravamento da situação da procura interna significa est6e
indicador recuou nos últimos dois anos o equivalente a treze anos.
"Em termos reais, voltaremos ao nível de procura interna registado no
início de 1999, ou seja, de quando o euro foi introduzido. Em dois
anos, esta importante medida da atividade económica irá regredir treze
anos", explicou à agência Lusa o economista Ricardo Cabral, da
Universidade da Madeira.

Para este economista, a austeridade que reequilibrou a balança
comercial é "contraproducente e ineficaz": "O resultado dessa
austeridade toda será apenas uma redução das importações de cerca de
um por cento do PIB de 2010 em termos nominais. Destroem-se 10 euros
de atividade económica doméstica para conseguir reduzir as importações
em um euro."

Comparando com a evolução da economia noutros países da zona euro,
verifica-se que apenas a Grécia teve um desempenho pior, com uma queda
de 6,2% do PIB em relação ao mesmo trimestre de 2011. Outros países
com a economia a recuar foram a Itália (2,5%) e a Espanha (1%).

No conjunto da zona euro, regista-se um recuo de 0,4% e se lhe
juntarmos os restantes países da UE a queda é atenuada para 0,2%.
Números que contrastam com o crescimento económico registados nos
Estados Unidos (2,2%) ou no Japão (3,6%).

Fonte: http://correiodobrasil.com.br/ine-desemprego-atinge-15-recessao-agrava-se-ainda-mais/500661/

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