Cheia em rios do Amazonas preocupa e faz prefeituras pedirem auxílio

6/5/2012 17:49, Por Redação, com ABr - de Brasília


Embora o nível dos rios tenha começado a baixar, no interior ainda há
localidades praticamente submersas
Cidades amazonenses afetadas pelas cheias dos rios que cortam o Estado
tentam reparar os estragos e auxiliar a população enquanto aguardam a
ajuda financeira dos governos estadual e federal. Até a última
sexta-feira, 32 municípios já haviam decretado situação de emergência
e a Defesa Civil do Amazonas calculava que já chegava a 74 mil o
número de famílias atingidas em todo o Estado. Embora o nível dos rios
tenha começado a baixar, no interior ainda há localidades praticamente
submersas. A previsão do Centro de Previsão de Tempo e Estudos
Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe),
é mais chuva forte para as regiões centro-norte e leste do estado.

Uma destas localidades é Benjamim Constant, na região oeste do Estado.
De acordo com a Defesa Civil municipal, cerca de 9 mil pessoas foram
afetadas pelas águas desde meados de março. Segundo a coordenadora do
órgão, Gleissimar Campelo Castelo Branco, embora o nível dos rios
Solimões e Javari, que banham a cidade, tenha começado a baixar nos
últimos dias, boa parte do município continua alagada e a cidade
permanece em situação de emergência.

- Benjamim se transformou em uma Veneza- disse a coordenadora,
referindo-se à cidade italiana cortada por canais onde gôndolas servem
de meio de transporte. De acordo com Gleissimar, o nível do Rio
Solimões chegou a atingir 13,74 metros, apenas 9 centímetros a menos
que a marca histórica registrada durante a cheia de 1999. Já o Javari,
de acordo com muitos moradores, diz a coordenadora, atingiu o maior
nível de todos os tempos.

Algumas comunidades agroextrativistas instaladas em ilhas do Solimões,
como a do Aramaça, perderam toda a produção. A prefeitura reforçou a
limpeza das ruas e distribuiu alimentos, medicamentos e madeira para
que os moradores de áreas alagadas que não corriam riscos elevassem a
altura dos assoalhos das casas.

– Agora precisamos de maior apoio financeiro do governo estadual para
custear as despesas que o município contraiu e com que, sozinho, não
conseguirá arcar – disse a coordenadora.

Já em Parintins, a cerca de 370 quilômetros da capital, o nível do Rio
Amazonas subiu mais de 9 metros, alagando um grande número de ruas em
bairros como Emílio Moreira, São José Operário, Beco Submarino, Santa
Rita e Francesa. Desde a semana passada, agentes comunitários de saúde
estão visitando as áreas afetadas para alertar a população sobre o
risco de doenças transmitidas pela água contaminada e os cuidados com
a saúde. Em seu site, a prefeitura informa não ter condições de
atender, sozinha, às necessidades das quase 1,5 mil famílias que vivem
em áreas alagadas. O prefeito Bi Garcia deve viajar a Manaus nesta
quarta-feira, para pedir ao governador Omar Aziz a ajuda estadual.

Coordenador da Regional da Defesa Civil do Alto Solimões e responsável
por sete cidades da região (Tabatinga, Atalaia do Norte, São Paulo de
Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Tonantins e Benjamim
Constant), Gildásio Araújo da Silva diz que há entre 200 e 300
famílias vivendo em abrigos, cerca de 120 recebendo o benefício do
aluguel social e várias outras abrigadas nas casas de parentes e
amigos. De acordo com ele, desde que o nível dos rios chegou ao ponto
de causar transtornos à população, o governo estadual vem procurando
auxiliar as prefeituras. A primeira preocupação, além da retirada da
população das áreas afetadas, foi atender os doentes, já que o número
de enfermos aumentou a ponto de exigir campanhas que desafogassem os
casos de maior urgência. Segundo Gildásio, 2,5 mil cestas básicas e um
grande número de kits de medicamentos e de produtos de higiene foi
distribuído.

Ao visitar bairros alagados de Manaus, o governador Omar Aziz anunciou
que o governo estadual vai distribuir R$ 400 a pelo menos 50 mil
famílias afetadas pelas cheias por meio do cartão Amazonas Solidário.
De acordo com nota divulgada no site do governo amazonense, 10 mil
cartões já foram entregues em mais de sete cidades localizadas na
calha do Rio Juruá e Boca do Acre.

No total, a iniciativa exigirá um investimento de R$ 20 milhões.
Segundo o site do governo amazonense, R$ 4 milhões dos cofres
estaduais já foram disponibilizados e o Ministério da Integração
Nacional anunciou o aporte de mais R$ 8 milhões para a ação, recursos
ainda não liberados pelo Banco do Brasil

Fonte: http://correiodobrasil.com.br/cheia-em-rios-do-amazonas-preocupa-e-faz-prefeituras-pedirem-auxilio/446948/

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