Ocultismo oficial – A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA)
do Senado Federal aprovou, na quinta-feira (6), um convite para o
ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto (PT), comparecer ao
colegiado e prestar esclarecimentos sobre denúncias de fraude no
Programa Nacional de Fortalecimento Agricultura Familiar (Pronaf), tão
gazeteado pela presidente Dilma Rousseff durante a recente campanha
eleitoral.
A Polícia Federal investiga a possibilidade de desvio de recursos,
aproximadamente R$ 79 milhões, destinados a agricultores familiares
beneficiários do Pronaf na cidade de Santa Cruz do Sul (RS). Informações
veiculadas pela imprensa dão conta de que mais de 6 mil pequenos
agricultores podem ter sido vítimas de fraude em contratos de
financiamento pelo programa do governo federal. Eles teriam sido
envolvidos em dívidas que não assumiram.
Além do ministro, a Comissão convidará representantes do Ministério
Público Federal, da Polícia Federal, da Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura (Contag) e do Banco do Brasil para obter
esclarecimentos e informações sobre o suposto escândalo e a
investigação.
Integrantes da Comissão de Agricultura irão a Santa Cruz do Sul para
ouvir depoimentos dos agricultores que supostamente foram lesados. Os
pedidos de audiência pública e de visita ao município gaúcho foram
apresentados pela senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS).
“Uma entidade contratava o empréstimo, dava uma declaração em branco.
A procuração era assinada pelo agricultor e a entidade que os
representava tomava o empréstimo e não repassava para eles [segundo a
investigação]. Esse agricultor ficou só com a dívida e em uma situação
de desespero. Penso que seja conveniente a comissão levantar esse
problema para preservar um dos instrumentos mais importantes de política
agrícola”, comentou a senadora Ana Amélia, que destacou a importância
do Pronaf, programa criado no governo Fernando Henrique Cardoso e
ampliado nos governos Lula e Dilma.
Voltando no tempo
É preciso que o caso seja investigado à exaustão e os responsáveis
punidos de forma exemplar, pois a sociedade não mais suporta conviver
com escândalos diários, confirmando a tese de que o Brasil é o paraíso
da impunidade. A estratégia de usar programas oficiais para o desvio de
dinheiro é uma velha conhecida daqueles que acompanham o cotidiano da
política nacional.
Não custa lembrar a CPI da ONGS, criada no Senado Federal por
sugestão do então senador Heráclito Fortes (DEM-PI), mas a investigação
não foi adiante porque o relator, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE)
cumpriu ordens expressas do Palácio do Planalto e produziu um relatório
tão pífio que, considerado o peso das folhas de papel, serviu apenas
para escorar a porta.
Os petistas palacianos, mais especificamente Lula, temiam que os
criminosos repasses financeiros do governo às ONGs, muitas delas
controladas por membros do partido, fossem descobertos. O vaso do Pronaf
é mais um desses esquemas envolvendo bandoleiros ligados aos atuais
donos do poder. (Com informações da Agência Senado)
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