27/08/2014 | CNT
Investimentos na recuperação e ampliação da malha precisam somar R$
278,7 bilhões, 22 vezes mais que os recursos aplicados nos últimos sete
anos.
A malha ferroviária brasileira hoje tem aproximadamente 29 mil km, a
mesma extensão que o Brasil possuía em 1922. E, enquanto a
infraestrutura não evoluiu, a demanda pelo modal não para de crescer.
Conforme dados do setor, a movimentação de cargas pelas estradas de
ferro teve alta de 94% entre 1997 e 2013, passando de 253,3 milhões de
toneladas para 490 milhões. E até 2016, o incremento deve ser de 12,5%,
totalizando 550 milhões de toneladas.
Para dar resposta a esse crescimento e garantir eficiência à
logística no país, a CNT aponta que é necessário quase duplicar essa
malha, com a construção de mais 25,4 mil km de vias férreas. Desses, 1,6
mil km corresponde ao TAV (Trem de Alta Velocidade) que, conforme a
entidade, deve ligar Rio de Janeiro (RJ), São Paulo e Campinas (SP). “É
uma infraestrutura relevante para o intercâmbio econômico e o turismo da
região, em que se insere com o objetivo de garantir um fluxo de
transporte rápido e eficiente entre os centros econômicos que
atravessa”, destaca-se no Plano CNT de Transporte e Logística 2014, lançado nessa sexta-feira (22).
Somando a necessidade de novos trechos ferroviários, com a da
recuperação ou duplicação de vias já existentes, a Confederação Nacional
do Transporte estima que seria preciso o desenvolvimento de projetos
para 35,8 mil km. A eliminação de gargalos como invasões em faixas de
domínio e passagens em nível também é apontada como fundamental. Para a
CNT, é necessário, ainda, unificar as bitolas (da estreita para a
larga), promover a integração de novas vias com as já existentes e
também com portos marítimos e hidroviários.
Os investimentos, para isso, devem crescer substancialmente e atingir
um montante de R$ 278,7 bilhões, sem contabilizar projetos urbanos.
Para se ter uma ideia, entre 2007 e junho de 2014, os recursos federais
aplicados no modal chegaram a apenas R$ 12,5 bilhões, uma média de R$
1,7 bilhão por ano.
Entre os exemplos de intervenções necessárias, a CNT destaca a
construção das ferrovias Norte-Sul, Transcontinental, Cuiabá
(MT)-Santarém (PA), de Integração Centro-Oeste, de Integração
Oeste-Leste e do Corredor Ferroviário de Santa Catarina. Juntos, esses
projetos somam quase 10 mil km.
Parte dos projetos apontados como prioritários para a infraestrutura
de transportes do Brasil no documento da CNT já estão previstos no PIL
(Programa de Investimentos em Logística), lançado pelo governo federal
em 2012. Para o setor ferroviário, o Programa prevê intervenções (com
construção ou melhorias) em 11 mil km de vias férreas e investimentos
que somam R$ 99,6 bilhões, em parceria com a iniciativa privada,
distribuídos em 14 projetos.
(http://www.logisticabrasil.gov.br/ferrovias2)
O Plano CNT de Transporte e Logística 2014
As propostas do Plano CNT de Transporte e Logística foram divididas
em duas tipologias: Projetos de Integração Nacional e Projetos Urbanos,
de acordo com o âmbito territorial, as características do serviço
oferecido e as esferas de influência. Além disso, são propostos em
conjunto, para que sua operação se dê de forma sistêmica. Para a CNT, o
potencial multimodal do país será mais bem aproveitado com a implantação
simultânea de todos os projetos.
Os de Integração Nacional estão agrupados em nove eixos de
transporte, compostos por diversos modais: o Nordeste-Sul, com
extremidades em Fortaleza (CE) e em Rio Grande (RS); o Litorâneo,
passando por toda a costa entre Belém (PA) e Porto Alegre (RS); o
Norte-Sul, que passa pelo interior do país com extremidades em Belém e
Uruguaiana (RS); o Amazônico, entre Tabatinga (AM) e Macapá (AP); o
Norte-Sudeste, que liga as duas regiões entre Itacoatiara (AM) e Santos
(SP); o eixo Leste-Oeste, que atravessa as regiões Norte, Centro-Oeste e
Nordeste com extremidades em Cruzeiro do Sul (AC) e Salvador (BA); e o
eixo Cabotagem, que liga os principais portos marítimos brasileiros,
desde Macapá até Rio Grande.
Já os Projetos Urbanos localizam-se principalmente em regiões
metropolitanas: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte
(MG), Porto Alegre (RS), Distrito Federal e entorno, Recife (PE),
Fortaleza (CE), Salvador (BA), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Manaus (AM),
Belém (PA), Grande Vitória (ES), Baixada Santista (SP), Natal (RN),
Florianópolis (SC), Vale do Rio Cuiabá (MT) e Aracaju (SE). Também
aborda projetos para núcleos urbanos de média e pequena dimensão que
apresentam influência sobre outras cidades ou estados vizinhos, como:
Uberlândia (MG), Campos dos Goytacazes (RJ), Vitória da Conquista (BA),
Pelotas (RS), Uberaba (MG) e Petrópolis (RJ).
Fonte: http://www.cnt.org.br/paginas/Agencia_Noticia.aspx?n=9759