Ipea corrige pesquisa sobre abuso contra mulheres

Atualizado: 04/04/2014 16:03 | Por estadao.com.br

Na verdade, 26% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que
mulheres com roupa curta merecem ser atacadas e não 65%

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta
sexta-feira, 4, que houve um erro na pesquisa divulgada no dia 27 de
março que trazia a informação de que 65% dos brasileiros concordavam
que mulheres com roupas curtas merecem ser estupradas.

Na verdade, 26% dos entrevistados concordaram com essa afirmação e 70%
discordaram total ou parcialmente (veja arte divulgada pelo Ipea
abaixo). Segundo o instituto, houve inversão dos resultados na hora de
divulgar os resultados.

"Com a inversão dos resultados, relatamos equivocadamente, na semana
passada, resultados extremos para a concordância com a segunda frase,
que, justamente por seu valor inesperado, recebeu maior destaque nos
meios de comunicação e motivou amplas manifestações e debates na
sociedade ao longo dos últimos dias", diz a nota do Ipea.

Quanto à outra questão que causou polêmica, o Ipea reafirmou os outros
resultados: "Contudo, os demais resultados se mantêm, como a
concordância de 58,5% dos entrevistados com a ideia de que se as
mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros."

O diretor responsável pela área de Estudos e Políticas Sociais do
Ipea, Rafael Guerreiro Osório, segundo a nota, pediu sua exoneração
assim que o erro foi detectado.

Repercussão. O resultado divulgado na semana passada gerou polêmicas
nas redes sociais. A jornalista Nana Queiroz, de 28 anos, criou o
movimento #EuNãoMereçoSerEstuprada em que mulheres de todo o País
postaram fotos em que empunhavam cartazes que repudiavam agressões.

Ela se pronunciou após ser informada pelo Estado do erro. "Mesmo
assim, 26% ainda é um número muito alto. A nossa campanha continua",
afirmou Nana, que estava em reunião com a Polícia Federal na hora em
que foi avisada. / COM MARINA AZAREDO

Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/ipea-corrige-pesquisa-sobre-abuso-contra-mulheres

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