Sem plano de saúde privado, ministro da Saúde defende o SUS

14/08/2012 15:38

Ministro Alexandre Padilha diz usar apenas o SUS, e dá apoio a uma
tecnologia brasileira de saúde

Amanda Previdelli

Padilha: ministro ainda comentou sobre a necessidade de "formar mais
médicos e distribuí-los melhor pelo território brasileiro"
São Paulo – Se a participação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
no Roda Viva, da TV Cultura, ontem à noite, pudesse ser resumida em
dois tópicos, eles seriam: defesa do SUS e do desenvolvimento de
tecnologia de saúde no Brasil.

Aliás, o momento mais acalorado do debate veio após a pergunta de um
internauta: "Ministro, seja sincero, o senhor tem plano de saúde?". A
resposta não vacilou: "Não, eu uso o SUS". A partir daí, Padilha
começou sua defesa do Sistema Único de Saúde brasileiro que, segundo
ele, pode se beneficiar com medidas como o "mutirão de cirurgia", que
"desafoga o número de cirurgias e diminui as filas".

Os planos de saúde, por sua vez, foram muito criticados pelo
representante do Ministério da Saúde. A própria Agência Nacional de
Saúde suspendeu a comercialização de 268 deles e Padilha argumentou
que "os planos também precisam seguir as regras" – especialmente as
que falam sobre tempo máximo de espera.

Ficou claro que uma prioridade da administração de Padilha é a
produção de tecnologia verde-amarela: "Quero que as coisas sejam
feitas aqui, que as vacinas sejam específicas para os tipos de vírus
que nós temos aqui", disse.

Talvez seja essa defesa de tecnologia nacional que esteja por trás das
decisões da Anvisa de dificultar a importação de equipamentos médicos
de ponta, que tem forçado hospitais e laboratórios a comprar
equipamentos obsoletos no exterior.

Sobre outra polêmica, que foi retomada quando o Conselho Regional de
Medicina de São Paulo tornou obrigatória a prova de graduação para os
médicos paulistas, o ministro foi igualmente incisivo: "Sou contra
penalizar o aluno no final do curso, dessa maneira você não penaliza a
faculdade. Mas nós não podemos permitir que faculdades continuem a
formar profissionais de má qualidade".

No lugar de uma prova nos "moldes da OAB", como chamou, Padilha, que,
nos intervalos, fazia piadinhas sobre a "cara de brava" das
jornalistas presentes, sugeriu uma prova continuada. "O aluno faria a
prova em mais de um ano do seu curso e ela poderia impedir a faculdade
de abrir vestibular para o ano seguinte", diz.

Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/saude/noticias/sem-plano-de-saude-privado-ministro-da-saude-defende-o-sus

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem